terça-feira, 24 de agosto de 2010

Utopias possíveis

Da série "meus-caderninhos-velhos-those-were-the-days".
Descobri que dá pra botar uma legenda decente, uhu!!

Ontem tive o privilégio de ouvir um dos grandes pensadores contemporâneos em conferência no Fronteiras do Pensamento, o senhor Daniel Cohn-Bendit. É um daqueles que vão para os livros de História quando morrem, pois, afinal, foi uma das cabeças do maio de 68 francês.

Sua fala, que se centrou na validade das utopias, começou com uma frase muito impactante pro público que lotava o Salão de atos da Ufrgs: “esqueçam o maio de 68”.

Como assim?! Não era pra falar de utopia? E o que representou o movimento?!

O que interessa é por em perspectiva. Ver que as utopias se realizam de fato. Há alguns anos, não se pensava que mulher pudesse trabalhar sem a autorização do marido, não se pensava que pudesse haver paz entre França e Alemanha, não se pensava em unificação de moeda, em abertura de portos. Ok, isso tudo em um âmbito social e econômico.

Mas o que realmente me tocou nessa palestra foi o que ele disse, a respeito dos jovens de hoje, o que me levou diretamente a pensar nos meus alunos adolescentes-à-sua-própria-maneira: ao ser questionado sobre o que achava de estar diante de uma geração não-politizada, Cohn-Bendit respondeu:

“Os jovens hoje têm um outro foco. A política já não é mais o que tanto os assusta, o que não quer dizer que estejam alienados. Sua causa é outra: problemas ambientais. Além disso, eles têm uma visão e uma preocupação com seu futuro, com os rumos que suas vidas poderão tomar, seja num âmbito individual como social. Nós não tínhamos essa preocupação”.

Há uma utopia contemporânea. Há diversas delas. E me conforta esse novo olhar, pois me mostra que a gurizada não parou de pensar. E de sonhar.

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