domingo, 8 de junho de 2008

Aniversário


(Mui pretencioso auto-retrato de não sei quando)

Estou para fazer aniversário a qualquer momento. Sim, porque hoje não significa nada dizer “uma semana” ou coisa que o valha, porque o tempo desinflacionou, “hipoinflacionou”. O tempo não é quase nada hoje, um fragmentozinho, um suspiro do relógio e pronto, já passou.

E por isso mesmo que eu não comemoro o tempo no meu aniversário.

Se estou fazendo vinte e seis, ou mesmo doze, quinze, dezoito, quarenta e seis... tant pis. O que comemoro mesmo é a própria comemoração, é a festa, o dia que é meu, metacomemoração! Portanto, marquem aí: dia 14 - esse átimo - é o MEU dia, assim mesmo, bem narcísica e egolátrica como criança na fase do “meu” (beijo pro Pedro e pra Duda). Quem quiser me dar os parabéns que esqueça do tempo, porque, nesse dia, meu relógio não vai funcionar. Me dê os parabéns pelo momento todo: pelo dia não temporal e sim pela chuva que vai cair (sempre chove no meu aniversário), pelo que estarei fazendo, pelo quebra-cabeças que me compõe e por todos os et ceteras que se quer dizer. Eu sou que nem meu pai, que gosta de bolo, balão, bastante gente, presente, música, bagunça e lembrancinha. Eu sou também como o Pedro que, na sua segunda primavera, gritava pro primeiro que passasse: “Viva o Pedro!”

E quem não lembrar que não se culpe, porque não tenho a mais oblíqua envergadura moral pra cobrar...

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