
Uma vez resolvi que iria aprender alemão.
Sozinha.
Alemão?? - diziam alguns. Sim, acordei um dia, tomei uma benzetacil de ânimo e vam’lá! Me agarrei com as duas mãos naquele dito: “não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez”. A função durou muito pouco tempo, apesar de a Internet disponibilizar um
belo material para autodidatas. Durou pouco porque o princípio que estava alavancando minha atitude e me enchendo de coragem fora fatalmente alterado:
“não sabendo que era impossível, ela foi lá e viu que era praticamente inviável!”
Talvez não pelo alemão em si, falado por Nietzsche e todo mundo, mas pela dificuldade do começo. E como é difícil começar o que quer que seja! Esse texto, inclusive, me veio à cabeça o mote enquanto recolhia as roupas do varal e tive de largar tudo para não perder o começo.
Meu mundo por um bom começo.
Depois disso, vai que vai! Começar uma receita nova de bolo (ai, meus bolos abatumados), uma blusa de tricô, minha dissertação do mestrado, um trabalho novo, um dia novo... voltar das férias, aprender a dirigir, dar uma má notícia, entrar na fila do tobogã...
(Logo vi que alemão é fichinha!)