"São Paulo" (1924), de Tarsila do Amaral |
Desço do metrô
Na dança ritmada dos passos apressados
São Paulo é formigueiro em profusão
Onde tudo acontece e onde nada se percebe.
Sou turista entre trabalhadores incansáveis
Consumo as ruas da cidade, souvenires de concreto
Sugo suas vielas, as avenidas, os museus,
A música incidental que vem dos ônibus,
A Paulista com a Augusta,
Os bares na Vila Madá, suas galerias obscuras,
Seus outdoors, o inusitado.
Quero beber o fluido que corre
Do seu amanhecer apressado
Sou turista no mercado municipal
Entre nordestinos, gaúchos, orientais
Essencialmente paulistanos
E sorvo dessa essência
Minha alma rapidamente entende e se adapta
Quer agregar, quer entranhar, conhecer.
Ainda que encantada,
Com os olhos cheios desse alvorecer colorigo e amargo,
Com o coração dividido
Entre a Ipiranga e a avenida São João,
Volto simplesmente por não pertencer.
Ducaralho. Uma delícia de ler.
ResponderExcluirTô indo prá Sampa City, la Grand Ciudad, daqui a pouco mais de duas semanas. Bom demás.
Que legal, aproveita!
ResponderExcluirPoeminha escrito de dentro do avião, ao som do Band of Joy, por sinal. Tou amando esse álbum!
Beijo.
sin palabras... lindísimo.
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