domingo, 11 de outubro de 2009


A bisa mulher centenária
Das mãos de sauro
Tornou a morte tão real quanto o tricô na varanda
E o bordado caprichado.

Tão real quanto o bolinho de arroz
E a ambrosia quente na panela.

As mãos aposentadas da bisa
Viraram peças de mostruário
(As unhas sempre feitas
Finalizando o caminho sinuoso de pele, rugas e veias).

No seu leito de morte,
Pude jurar que, daquelas mãos empalhadas
Incrivelmente imóveis,
Ainda exalava o cheiro da lâ e da gordura.

Um comentário:

  1. Muito legal! Deveria investir mais nesta tua veia poética. Uma meta. Um poema por dia.
    Beio, Papai.

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